A Energia Vital dos Alimentos: Uma Leitura Integrada entre a Fisiologia Vegetal e a Teoria Alimentar de Mokiti Okada
- Gilmar Dall Stella
- 16 de ago.
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A fisiologia dos vegetais, especialmente frutas e verduras, passa por transformações significativas ao longo das etapas de maturação, amadurecimento, maturidade fisiológica, maturidade horticultural e senescência. Esses processos estão intimamente ligados à atividade respiratória, que desempenha papel central na manutenção e degradação da qualidade dos alimentos. A respiração vegetal, mesmo após a colheita, continua ativa, consumindo reservas energéticas e acelerando reações bioquímicas que resultam em alterações de textura, sabor, aroma e valor nutricional (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
Durante o amadurecimento, por exemplo, há aumento da atividade respiratória, conversão de amido em açúcares, produção de compostos voláteis e amolecimento dos tecidos. Já na senescência, observa-se a degradação celular, perda de firmeza e diminuição do valor nutricional. Esses fenômenos fisiológicos explicam por que alimentos frescos possuem características sensoriais superiores e deterioram-se com o tempo.
Essa leitura científica pode ser enriquecida por uma abordagem proposta por Mokiti Okada. Em seus escritos, Okada afirma que os alimentos possuem uma “energia espiritual” ou “Energia Vital”, cuja presença está diretamente relacionada ao frescor. Segundo ele, “quanto mais fresco o alimento, mais espírito ele contém” (OKADA, 1953). Essa energia, embora não mensurável pelos métodos científicos convencionais, manifesta-se na vitalidade, brilho, aroma e sabor dos alimentos recém-colhidos.
A maturidade horticultural, estágio pós-colheita, poderia ser interpretada como o ápice da presença da Energia Vital, momento em que o alimento está mais “vivo” e apto a nutrir não apenas o corpo, mas também o espírito humano. Por outro lado, a senescência representa a dissipação dessa energia, marcada pela perda de frescor e vitalidade. Ao integrar os conhecimentos da fisiologia vegetal com o pensamento de Mokiti Okada, é possível construir uma visão mais ampla e sensível sobre os alimentos.
Essa abordagem valoriza não apenas os aspectos nutricionais e comerciais, mas também a dimensão espiritual da alimentação, promovendo práticas mais conscientes na agricultura, no consumo e na relação com a natureza.
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